quarta-feira, 8 de maio de 2013

A Lousa Digital Interativa chegou! E agora?

Elas estão chegando!

Há cerca de uma década os professores se espantavam com a chegada dos computadores à escola. Depois foi o projetor multimídia e a internet e mais recentemente os aparelhos móveis (smartphones, tablets, netbooks e notebooks). Agora é a vez da lousa digital interativa.

Elas estão aí. Não adianta tentar fugir.
Muitas escolas já possuem uma ou mais lousas digitais interativas. O ideal é que elas estivessem presentes em todas as salas de aula, nos laboratórios, nas bibliotecas, nas salas de reuniões e na sala dos professores. Mas, como o seu custo ainda é elevado, essa implantação tende a ser vagarosa (como quase tudo na Educação).
Quando o professor se vê diante da lousa digital interativa pela primeira vez é bem comum um certo ar de espanto e indignação. Afinal, é espantoso que tenham inventado uma “lousa digital” unindo o que há de mais antigo, a lousa, com o que há de mais moderno: a tecnologia digital. E, por outro lado, parece absurdo que governos e escolas invistam altas somas na aquisição de dispositivos digitais modernos e, ao mesmo tempo, se recusem a investir mais e melhor na carreira do professor, na sua formação inicial e continuada, na manutenção dos equipamentos que as escolas já dispõem e no suporte técnico e pedagógico para o uso dessas novas tecnologias.
Seja lá qual for o grau de espanto ou de indignação do professor, o fato concreto é que começa a cair em seu colo “mais uma encrenca” (ou “possibilidade”, conforme a ótica com que se vê a situação): como usar essa “coisa”, geralmente branca, sem muitos botões e aparentemente “vazia”?
O objetivo desse artigo é desmistificar esse apetrecho tecnológico de maneira que o professor que sempre se desviou da lousa, ao passar por perto dela, possa agora aproximar-se mais e utilizá-la, descobrindo alguns de seus possíveis usos.

Como funciona?

As lousas digitais mais comumente encontradas nas escolas são ligadas a um computador (por cabo ou via wirelles) e a um projetor multimídia (o velho “datashow”). Na verdade a lousa digital pode ser entendida como esse conjunto de três componentes: a lousa propriamente dita, um computador e um projetor multimídia. Algumas lousas já estão incorporando o computador em seu próprio corpo, mas todas elas precisam de um computador para funcionar.
A lousa digital interativa é na verdade um conjunto de três elementos: lousa, projetor e computador.
Lousa digital - funcionamentoE é justamente aí que está o “pulo do gato”: a lousa, em si, não faz nada, quem realmente “trabalha” o tempo todo é o computador. Assim, para efeitos comparativos, a lousa nada mais é do que um “monitor + mouse + teclado” que serve para você se comunicar com o computador exatamente da mesma forma como faria usando esses três elementos em um desktop ordinário.
Outra comparação interessante pode ser feita com os smartphones. Se você já manuseou um smartphone com tela full touch (aquela de tocar e mover ícones com os dedos na tela), então você já usou uma lousa digital em miniatura.
De qualquer forma, como você pode ver pelos exemplos acima, a lousa digital pode ser usada com um esforço de aprendizagem muito pequeno por todos aqueles que já usam normalmente um computador ou um smartphone. No caso da lousa digital, o mouse é seu dedo ou a caneta especial (quando a lousa usa uma dessas) e o teclado é virtual, como nos smartphones.

Tudo bem, mas por onde eu começo?

Nunca é tarde para começar.
Bom, “comece pelo começo”: você já é um Professor Digital? Se não for, não tem problema, mas tenha em mente que será preciso se tornar um deles.
Tenho algumas sugestões que poderão ajudá-lo a se tornar um Professor Digital e, consequentemente, lhe permitirão um bom uso das lousas digitais interativas. Elas podem não ser as melhores sugestões do mundo, e nem todas podem ser adequadas para você, mas, se é para começar de algum ponto, experimente essas dicas:
  • comece a usar o computador de forma regular para digitar textos, fazer gráficos, navegar na internet, trocar e-mails com colegas e parentes, participar de grupos de discussão e redes sociais, ler revistas e jornais, enfim, para atividades que fazem parte do seu dia a dia.
  • visite blogs de outros professores e veja o que eles estão fazendo, como usam a internet, que sugestões e dicas eles dão para seus leitores, etc. Visite também sites ligados à Educação (da sua rede escolar, do seu município, do seu estado, do governo federal, de outros países) e procure por textos que falem sobre o uso pedagógico das TIC.
  • entre na web 2.0; descubra ferramentas/sites de compartilhamento (de textos, fotos, filmes, planos de aula, etc.). Descubra o Google, o YouTube, o Facebook, o Twitter, o MySpaces, o Skype, etc., etc. E se você não sabe do que estou falando, comece a digitar esses nomes na busca do Google, por exemplo, e descubra do que se trata.
  • entenda que os computadores e a internet são seus aliados.  Pergunte-se porque os alunos gostam tanto de computadores e da internet e eles lhe dirão que “é muito divertido”. Sim, é mesmo! Aprenda a se divertir também! Não se preocupe em se tornar “imediatamente” um Professor Digital, comece se tornando um “usuário digital”.
  • procure um “mentor” para lhe ajudar nos primeiros passos. Você tem muitos amigos que sabem usar computadores e a internet. Talvez tenha filhos e eles certamente sabem! Mesmo na sua escola haverá outros professores que já sabem lidar com as TIC e poderão lhe ajudar tirando dúvidas, dando sugestões e, principalmente, lhe mostrando que a tecnologia é divertida, fácil de lidar e, além disso, poderá vir a ser uma ferramenta incrível na sua profissão.
  • não espere se sentir um expert em tecnologia e computadores para, só então, experimentar a lousa digital. Use-a como parte das ferramentas de aprendizagem. Ninguém sabe tudo e, na verdade, nós todos sabemos cada vez menos. Tecnologia se aprende usando.
  • a escola também é um lugar para o professor aprender. Para ser professor hoje em dia é preciso ser um eterno aprendiz. Não podemos mais parar de aprender ou nos recusarmos a continuar aprendendo. É isso que ensinamos aos nossos alunos e é isso que precisamos fazer também.
  • não desanime quando as coisas parecerem não dar certo. Lembre-se de suas próprias aulas: quase sempre elas não dão certo para todos os alunos. É errando que se aprende. Se você se recusar a levantar logo depois dos primeiros tombos nunca vai aprender a caminhar “em pé”. Faça com você mesmo aquilo que você gostaria que seus alunos fizessem para aprender mais em suas aulas.
  • não tenha vergonha de aprender com seus alunos. É muito provável que eles sejam usuários mais proficientes das novas tecnologias em geral e, possivelmente, da própria lousa digital, do que você mesmo. Eles não tem o seu medo de errar e gostam de tentar até acertar. Peça ajuda a eles sempre que precisar. Trabalhe em conjunto com eles. Deixe que eles lhe ensinem o que sabem. Eles vão amar e você vai descobrir que nessa jornada pelas TIC há atalhos que só eles conhecem.
  • concentre sua energia e seus esforços para preparar e executar boas aulas. A lousa digital e as demais tecnologias disponíveis serão naturalmente incorporadas na sua prática na medida em que ela mesma for se modificando. Isso não é imediato, mas é um movimento natural de aprendizagem. Você, professor, tem poder de ver mais longe. Use a tecnologia como uma luneta para seus próprios projetos de inovação.
 Referências e sugestões na internet:
  • DOSTÁL, Jirí. Reflections on the Use of Interactive Whiteboards in Instruction in International Context. The New Educational Review. 2011. Vol. 25. No. 3. p. 205 – 220. ISSN 1732-6729. Disponível em: <http://goo.gl/30kc6>. Acesso em: 12/07/2012. – Artigo interessante do prof. Jiri Dostál, da República do Cazaquistão.
  • The Interactive Whiteboards, Pedagogy and Pupil Performance Evaluation: An Evaluation of the Schools Whiteboard Expansion (SWE) Project: London Challenge. Disponível em: <http://goo.gl/gg6dt>. Acesso em: 12/07/2012. – Pesquisa da School of Educational Foundations and Policy Studies, Institute of Education, University of London.
  • Para saber um pouco mais sobre o que é e como funciona a lousa digital, consulte esse artigo da Wikipédia (em português) ou esse outro (em inglês e com mais referências).
  • O uso pedagógico da lousa digital associado a teoria dos estilos de aprendizagem. Revista Estilos de Aprendizaje, nº4, Vol 4 octubre de 2009.Disponível em: <http://goo.gl/oPf0b>. Acesso em: 12/07/2012. – Nesse artigo a lousa digital e tratada como um instrumento tecnológico interativo, que possibilita a elaboração de atividades pedagógicas, associadas à Teoria dos Estilos de Aprendizagem.
Leia o texto completo na íntegra no site citado abaixo.

ANTONIO, José Carlos. A Lousa Digital Interativa chegou! E agora?, Professor Digital, SBO, 01 ago. 2012. Disponível em: <http://professordigital.wordpress.com/2012/08/01/a-lousa-digita…chegou-e-agora/&gt;. Acesso em: 08/05/2013.(*) Para citar esse artigo (ABNT, NBR 6023)

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